terça-feira, 17 de abril de 2012

Café amargo, me traz o açúcar


Hoje foi um dia atípico, não por pensar em você constantemente, pois é sempre assim. Mas por me sentir insegura na hora do café da manhã, por me sentir um pouco sozinha, coisa que eu já não sentia há algum tempo.

Tem noites que são tão frias. Sexta feira não é assim, sexta é noite quente. – Não para todo mundo, não em todos os lugares. - Mas um café da manhã de terça feira frio é muito pior, o gosto do café - que eu sei que tu não gosta muito, porque não é bom como o da tua mãe - até ele ficou mais amargo. Derrubei o açúcar e tu nem estava ali pra rir de mim, não falo dessas risadas porque elas são rotina, falo delas por te sentir rindo de mim no café da manhã quando eu viro as coisas, até mesmo quando tu não estás ali na mesa, pois te sinto em mim. Nessa manhã, não foi assim.

Coloquei a camisa do colégio, na tentativa de me sentir segura, como era antes, não consegui. Foi fácil e obrigatório admitir que agora só é seguro contigo. Foi estranho também, ver as pessoas notando que eu estava diferente, como se soubessem que eu tinha sentimentos, esse era nosso segredo, sabe? Eu só contava pra ti, mas acho que me descobriram por um olho vermelho, ou umas bochechas inchadas. 

Eu vou te contar uma história: Ela é grossa, e essa parte dela, ele não gosta. Ela faz mal para as pessoas, exatamente por este motivo, mas com ele é diferente, existe algo dentro do coração dele que faz com que ela o queira tão bem, que mudaria todas as formas de agir, somente pelo sorriso dele.Ela faria qualquer coisa por esse sorriso, pois é o que desperta o dela. Ela pode até mandar ele embora, reclamar de tudo, mas se ele estiver em condições de olhar no fundo dos olhos dela, verá como as coisas realmente são. E se ele esperar, aí ele vai gostar de ouvir ela pedir desculpa. Ela não vai desistir deles – isso mesmo, no plural, pois eles são um conjunto. –

Esperando que a noite de terça torne-se mais quente.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Pés entrelaçados

Cara, eu odiava dormir de conchinha. A minha irmã mais nova, ela adora e ela sempre me pedia e eu não dormia com ela, porque era muito ruim. Daí certa tarde a gente deitou e eu não sei de que forma que o nosso corpo se encaixou tão bem e desde então eu passei a gostar de deitar de conchinha, mas contigo.
Eu sinto muito calor, tu sabe, e me mexo bastante, mas gosto da tua respiração na minha nuca, do teu joelho na dobrinha do meu. Gosto dos teus pés entrelaçados nos meus e gosto muito dos teus braços me abraçando forte.
Eu fico pensando as vezes que tu deve pensar que eu sou estranha, mas eu tenho que confessar que gosto de tudo isso. Que sentir todo teu corpo grudado em mim é uma das melhores sensações que eu já senti na vida. Colocar o meu braço em cima do teu e ficar te fazendo carinho até tu dormir é muito bom.
Sabe, eu sei que tu não gosta que eu durma logo quando eu deito, mas é que meu corpo encaixa tão bem no teu, e tua respiração como único som do quarto faz com que os meus olhinhos fechem rápido.
E quando eu acordo, e tu como sempre acordado antes de mim está me fazendo cafuné é o que me faz tão tua. Não acredito em almas gêmeas, ou frutas pela metade, mas acho que a gente se pertence na mesma intensidade, acho que meu coração é tão teu quanto o teu é meu.